segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Direito a opinião pública (sem fazer uso de fake news)

 

A ideia de opinar sobre qualquer tema é inerente a Democracia, agora qualquer opinião tem que ser etiquetada como opinião.


        O percalço pelo qual passa o apresentador Fausto Silva, que teve no domingo dia 27/08 o coração transplantado com apoio do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ou simplesmente SUS, dá a dimensão do nível a que chega a opinião pública, que ainda que municiada de informação pelos órgãos oficiais, levanta a desconfiança sobre o processo, já que todos nós sabemos que apesar de ser eficiente o SUS não é nada rápido e a questão do transplante de Fausto parece ter sido resolvida de forma rápida, mas eu não sou médico e nem gestor da regulação do SUS para emitir qualquer opinião sobre o tema, aliás é justamente sobre OPINIÃO que vamos falar nesse texto.
            Entende-se por opinião, o conjunto de juízos que uma pessoa faz sobre um determinado tema, ou sobre uma determinada decisão tomada. 
         O que me remete as atuais discussões sobre fake news e notícias falsas, então pra início de conversar OPINIÃO NÃO É NOTÍCIA, ela é emitida a partir de algo que é ou pode ser notícia, sabendo-se que tem que receber a chancela pessoa tipo: "Segundo o meu entendimento", "minha opinião a respeito", "eu acho...", mas de verdade, sabemos que alguns analistas se valem do veículo para o qual emitem opiniões para justamente "criar notícia", sobre a notícia.
            Bem, levando-se em conta, a liberdade constitucional de emitir uma opinião e ser arguido por ela, é muito importante, discutir a medida de nossas opiniões, e a repercussão que elas podem tomar gerando comoção ou mesmo repercussão pública capaz de mudar o próprio fato.
              Voltando ao fato FAUSTO SILVA a emissão de uma opinião pública diante do fato, tem causado comoção e principalmente reações adversas, de pessoas que nem tem admitido que se opine e desconfie do processo, inclusive em face do início dessa opinião, quanto a morosidade do sistema SUS.
            Considerando que Fausto Silva é um dos apresentadores mais influentes da televisão brasileira em atividade até ontem, muito se fala, na utilização dessa influência para salvar sua vida, e utilizar se dessa influencia para "furar fila".
          Bem, uma pessoa pública, está SEMPRE a mercê do escrutínio de uma sociedade, quer dizer, sua vida suscita curiosidade daqueles que lhe seguem ou perseguem, o que remete a uma outra discussão que parece ainda mais singular: O direito a privacidade que essas "pessoas públicas" tem.
          Voltando ao ponto da emissão de opinião, É LÍCITO a emissão de opiniões a respeito de um tema, por exemplo no caso que estamos usando para exemplo: As pessoas podem E DEVEM levantar suspeitas sobre a lisura do processo, ainda que esse seja informatizado, ainda que seja baseado em critérios técnicos e científicos e ainda que seja um caso de "vida ou morte", trata-se de uma pessoa pública que está utilizando o SISTEMA ÚNICO (e público) DE SAÚDE, agora a que se diferenciar OPINÃO de JULGAMENTO, podemos traduzir nas duas sentenças a seguir:
OPINIÃO:
- Acho que devemos tomar o exemplo do Faustão para entender a lisura do processo de transplantes no Brasil.
JULGAMENTO:
- Ah com certeza, Faustão furou fila, ele quando mandava abraça, colocava uma porrada de médico na frase, então tá na hora de cobrar esse "carinho".
        Na primeira sentença você percebe que há uma preocupação de levantar uma hipótese sem acusar ninguém de nada, já na segunda, a acusação é clara e ainda se usa uma evidência falsa para justificar.
        Ainda sim, o direito a opinião pública tem de ser respeitado e principalmente deve ser assegurado, agora o julgamento gera sim uma fake news, que deve ser combatida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário