Cansaço

    Olhando para minha vida, e olha, nós que escrevemos e refletimos sobre política, costumamos fazer isso com pouquíssima frequência, descobri que estou cansado, mas não é apenas e tão somente o cansaço físico, aquele que com o passar dos anos, nos é mais evidente, é também um cansaço psicológico, cansaço esse que nos faz hesitar INCLUSIVE sobre se devemos ou não levantar todas as manhãs, em busca de sobreviver, pois é, a palavra é essa SOBREVIVER.

    Quando nós nos deparamos com o dilema de pagar contas ou nos alimentar, quando adiar um projeto parece algo corriqueiro, quando dormimos e acordamos com o pensamento voltado para como comeremos amanhã, isso nos cansa.

    O que nos cansa atualmente não tá relacionado apenas aquilo que vem drena energia física, se relaciona principalmente com filmes que a gente conhece o script, sabe exatamente o que vai acontecer, mas fica esperando algo surpreendente que obviamente nunca vem: É CPI, É CENTRÃO, É TOMA LÁ, DÁ CÁ, tudo que estamos carecas de saber como começam e como terminam, e isso nos cansa também.

    Nos questionamos do "por quê" que as pessoas não gostam de política, é obvio, política cansa, e cansa muito, afinal, a conta todos nós acabamos sabendo que somos nós é quem pagamos, e isso nos dá um cansaço sem tamanho.

    Mas não adianta de nada reclamar desse cansaço, temos que comer todos os dias essa gororoba que nos é servida, nessa banquete insólito, quase uma "festa estranha com gente esquisita", o chato que ao invés de água, nos nosso copos tem fel, e daqueles rascantes, é isso hoje eu só queria dividir meu cansaço com você.

Encruzilhada

Nunca uma segunda feira foi tão agitada na política nacional, e o escândalo da vez tem nome e apelido: Nome: Peculato praticado por agente público no exercício de mandato parlamentar. Apelido carinhoso: Rachadinha.

A prática dessa modalidade de corrupção é mais velha que a prostituição e mais praticada que sexo em escada de condomínio (ah meus tempos), além disso engana se quem acha que é uma prática de um lado ou outro, dos liberais aos conservadores, dos democratas aos republicanos, dos ruralistas a bancada da bala, dos evangélicos aos católicos, da esquerda a direita, TODO GABINETE POLÍTICO TEM UMA FORMA DE GARANTIR A APOSENTADORIA DO PARLAMENTAR OU A PERMANÊNCIA NA POLÍTICA BANCANDO CAMPANHA OU ESTRUTURAS DE PODER PARALELAS, não é uma suposição, é uma afirmação.

Rachadinha, vaquinha de campanha, manutenção do coletivo ou apenas "o meu" afinal todos os parlamentares tem a convicção de que os mandatos são seus e não dos que eles representam, são maneiras de mostrar que a corrupção na política não se limita ao executivo em seus orçamentos suntuoso e seus aparatos intermináveis, está num gabinete de Senador, de Deputados e vereador indo parar nos condomínios e associações de moradores.

Uma introdução longa como acabei de fazer só ilustrar a encruzilhada política em que se meteram os Bolsonaros, encruzilhada com apenas duas hipóteses distintas:

A honrosa: Vir a público admitir o peculato e a escalada da corrupção existente no seu governo, apontando caminhos eventuais para endireitar nossa política, ou

A truculência: Negar até a morte, chamar os denunciantes de mortos de fome, os parlamentares que vão querer sua cabeça de hipócritas, a imprensa de canalhas, enfim o teatro dos vampiros que se tornou a via crusis de nossas vidas.

Mais uma jogada do xadrez em que somos meros peões, caindo e sucumbindo aos milhares e esperando que "o super homem venha nos restituir a glória".

AS MENTIRAS E O MOMENTO CONFUSO DA POLÍTICA NACIONAL

    Jair Messias Bolsonaro, e aqui não estou fazendo uma ilação, estou AFIRMANDO de forma CATEGORICA e BASEADO EM PROVAS, sempre foi uma pessoa que recorreu a plantar mentiras para eleger-se ou atrapalhar a eleição de alguém, um método extremamente vitorioso e capaz de angariar seguidores e defensores que acreditando se tratar de verdade algo que foi proferido por um parlamentar se agarram aquilo como tábua de salvação, a essas prática HOJE damos o nome de FAKE NEWS, mas enquanto praticada por um deputadozinho de nicho (quer dizer, eleito por um grupo ou sub-grupo) nunca ganhou holofotes, porém quando percebida como prática de guerrilha miliciana digital, por um presidente da república é capaz de desestruturar as bases sólidas do processo eleitoral brasileiro e da política nacional.

    É bom salientar que, quando era o tal deputadozinho de nicho, Jair Bolsonaro, procurava desarticular momentos da política nacional afim de tirar um proveito prático e próprio, como num projeto que NUNCA se tornou lei, de castração química, como presidente da república a prática constitui um desserviço a soberania nacional, já que desarticula inclusive setores econômicos o que acaba contribuindo para o empobrecimento do país.

    A questão do voto impresso por exemplo, que já foi provado em simulação do TSE que além de retardar o processo pode acabar inviabilizando algumas urnas em face da fragilidade dos equipamentos de impressão acoplados na urna eletrônica, o que no nosso entendimento particularmente empobrece o processo eleitoral, causando uma confusão no pleito.

    Ainda sobre a questão do voto impresso, as acusações do presidente sobre a falta de lisura do pleito já foram solicitadas que sejam mostradas pelo TSE, o que na verdade, poria uma luz se as acusações de Bolsonaro constituem-se em verdade, mas este já fez doce dizendo que tais provas ele apresentaria quando lhe fosse conveniente, numa flagrante desobediência ao poder judiciária, o que acaba constituindo outro péssimo exemplo a população além de colocar em check um poder de igual importância e isonomia na estrutura de poder brasileiro.

        Ou Bolsonaro apresenta provas robustas da falta de lisura do processo (o que seria capaz inclusive de por dúvidas até a sua eleição em 2018 - afinal ele foi eleito pelo atual processo vigente) ou mais uma vez não passará de chicana suas afirmações, porém, cada chicana dessa, constitui num fato que para homem que mora em "Tribuçu do Norte" e que entende que está sendo dito pelo presidente da república, é lei.