quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Onde falhamos enquanto sociedade.

 

As "involuções sociais", a violência, a falta de respeito a instituições e pessoas me fazem refletir de forma objetiva sobre o papel da família, dos educadores e até do próprio dinheiro na sociedade.


Antes que alguém pense que isso é um discurso de um "conservador" quero deixar claro que sou um homem de esquerda e um trabalhista acima de qualquer coisa. Porém olhando o noticiário no dia de hoje 29/11/2023 e as repercussões de um "futebol de Mc´s" parei para refletir e cheguei a algumas conclusões.

Erramos em quanto educadores: Enquanto o mundo a nossa volta evoluía tecnologicamente, continuamos aplicando a mesma fórmula educacional, de aplicação de conteúdo, de avaliação e de aferição de resultados, continuamos trabalhando para formar profissionais e não pessoas, apertadores de parafusos e não cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, consumidores baseados nas modas e não baseados nas suas necessidades.

Erramos enquanto comunicadores: Quando ao discutir um tema, deixamos de ir fundo nas discussões e pegando a forma mais rasa de comunicar, pra apenas atingir um público ao invés de instuír esse mesmo nicho de pessoas.

Erramos enquanto sociedade: Onde o TER está acima do SER,  quando o dinheiro fala mais alto que a razão, quando as pessoas ficam cegas ao discutir baseadas apenas nas suas paixões ao invés de racionalizar as discussões para delas na pior da hipóteses extrair um aprendizado, ao invés de venerar quem pode comprar cabeças e pessoas.

Erramos enquanto consumidores: Quando consumimos rótulos, marcas, modelos e experiência, quando na verdade deveriamos pensar no bem do planeta, em consumir de forma coerente e não volátil e descartável. Quanto tempo dura seu celular? Em quanto tempo você troca por mera conveniência?

Erramos enquanto seres políticos: Quando criminalizamos quem gosta de política e não enxergamos que tudo passa por política, que política é a base das relações humanas, mas, baseados nas experiências acima, nos servimos da políticas para alcançar objetivos pessoais, sem nos importar com o bem maior, com a qualidade das nossas relações e principalmente com a democracia.

Viu aí quantas reflexões possíveis sobre os erros que cometemos? Vamos continuar cometendo esses erros até quanto?


segunda-feira, 27 de novembro de 2023

XADREZ 4D

Uma expressão cunhada por membros do espectro político da direita, mas que na verdade a esquerda é que tá dominando o tabuleiro.



Uma expressão frequentemente usada pelo analista político Constantino, é o tal Xadrez 4D, que no meu entendimento é olhar o jogo político por todos os ângulos possíveis e imagináveis, não descartando qualquer conjuntura.

Pois bem, fiz esse pequeno preâmbulo no início desse texto para decretar: Não creio que haja um player mais inteligente nessa modalidade da política atual que o atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva e eu vou desenvolver o tema, pra não parecer puxa saquisse demedida.

Ao indicar Flávio Dino (atual ministro da Justiça) para o STF Lula mata dois coelhos com uma cajadada só: Coloca no STF alguém com notório saber jurídico (foi juiz e professor na área) e remove do caminho um possível candidato a presidência da república.

Lula, já bateu martelo sobre o novo PGR e sobre o próximo ministro do STF para poder viajar tranquilamente para o exterior na busca de novos mercados e de novos acordos.

É ou não é um "Xeque ao Rei" sensacional nesse tabuleiro?



sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Justiça sob ataque

 
No momento em que se discute o fim de privilégios e de distorções, aproveita-se para tirar parte da independência do Judiciário e de seus membros.


Ah a democracia ! ! ! Na visão de alguns é o sistema político onde as pessoas gozam do direito de falar, se expressar e fazer o que bem lhes dá na tela, porém se esquecem de uma premissa democrática: Que somos RESPONSÁVEIS por tudo por nós proferido e pelos estragos que nossos pensamentos, palavras, atos e omissões podem causar, e quem arbitra sobre tudo isso, como diria Paulo Júnior (um repórter de futebol de Várzea do programa Patrulha da Cidade da Rádio Tupi do Rio de Janeiro) A DONA JUSTA, a justiça.

As discussões diante do tema me fazem perceber duas coisas importantes: 

- A primeira parece óbvia, é necessário sim discutir super poderes de magistrados, isto é, em nome de um julgamento, que estes extrapolem suas atribuições, em a legitimidade de um colegiado para validar suas decisões, apesar, da necessidade da realização de julgamentos antecipando tutelas e para isso SIM a necessidade de um magistrado se pronunciar liminarmente em face de uma problema.

- A segunda é mais profunda, afinal, é notório que o judiciário está sim sob ataque, e não é exatamente um ataque de um setor, ou de um grupo, mas um ataque de vários setores e vários grupos da sociedade civil que não se sentem contemplados pelas decisões tomadas no âmbito daquela casa jurídica.

O fato, é que, a contituição federal de 1988, é bem clara no que tange a isonomia dos poderes: O Art. 5° delimita de forma magestosa essa isonomia, porém, arbitra uma harmonia entre eles.

Mas como atingir certa harmonia, no meio de uma guerra institucional que parece estar se avizinhando? É necessário a priore entnder essa impopularidade do Supremo Tribunal Federal que tem no meu humilde entendimento um culpado: O fato de ser a última instância, essa que é a casa guardiã dos preceitos constitucionais, é a última palavra no que diz respeito a validar a constitucionalidade das coisas, tanto que nos últimos tempos assuntos como Aborto, Marco Temporal e Democracia tem sido discutidos com fervor dentro do STF.

Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e André Mendonça, tem sofrido ataques por espectros ideológicos bem distintos, ainda sim, tem o dever de se manifestar dentro do autos, porém, no momento atual, são atacados pessoalmente não apenas em sua honra, mas em sua atuação como julgadores.

Tudo que o Brasil não precisa NESSE MOMENTO é uma guerra institucional que na verdade, mais parece uma guerra por espaço e poder, em nada tem a ver com uma guerra na luta por justiça social e na igualdade dos cidadãos.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Acidentes acontecem???

Será necessário morrer alguém para que as pessoas que pensam, estruturam, fiscalizam e operacionalizam o transporte público entenderem que ISSO NÃO É ACIDENTE?


Quando se pensa em uma acidente, se recorre a sua definição, que está ligada a uma fatalidade que foge ao controle ou que ocorre de forma inesperada, porém, quando olhamos para o transporte público do Brasil, e mais especificamente do Rio de Janeiro (que é a cidade desse escriba), o que as autoridades chamam de acidente, na verdade nada mais é que O RESULTADO DO DESCASO, DA FALTA DE INVESTIMENTO E PRINCIPALMENTE DA INCOMPETÊNCIA DE QUEM PLANEJA, FISCALIZA, GERE E OPERACIONALIZA transportes no Brasil, e eu vou usar os casos do Rio de Janeiro e todos os seus modais para dar exemplos de que tudo que acontece nesses transporte (tirando obviamente o que é considerado acidente) da falta de empenho de todos envolvidos na solução dos problemas.

TRANSPORTES RODOVIÁRIOS: Tanto na esfera estadual, como na esfera municipal (estou falando não apenas do minicípio do Rio de Janeiro, mas de outros municípios que compões o chamado grande Rio e Baixada Fluminense) existe um descaso quando a frequência e a constância da oferta do transporte, que ocasiona superlotação e em dias de calor excessivo como os atuais que tem sensação térmica de 50º, observa-se superlotação e veículos circulando com equipamentos de refrigeração desligados ou inoperantes além claro de janela lacradas ou obstruídas para não serem abertas, o que isso ocasiona, além do estresse ao passageiro? Problemas como doenças respiratórias e claro desconfortos que podem levar a desmaios por conta do calor, outro dia um perfil de rede social postou uma passageiro que QUEBROU O VIDRO DO VEÍCULO que estava com as janelas lacradas e CRIANÇAS passavam mau dentro do coletivo.
Qualquer um pode vir aqui e criticas, POXA EDUARDO, MAS DEPREDAR O ÔNIBUS NÃO É SOLUÇÃO... Até concordo, mas vamos olhar a criança de 2 anos que perdeu a vida presa por várias horas dentro de uma perua, e transplantar essa realidade para um ônibus cheio com várias pessoas respeirando o mesmo ar e crianças ficando sufocadas por conta de serem a parte mais frágil do problema, ATÉ EU, E FALO ISSO SEM MEDO DE SOFRER SANÇÃO ALGUMA, QUEBRARIA O VIDRO SE MEUS FILHOS DEPENDESSE DISSO PARA SOBREVIVER, portanto não venham com essa demagogia barata, afinal o empresário poderia ter evitado isso, era só não colocar o veículo em circulação.

TRANSPORTE FERROVIÁRIO: Ar condicionado é algo que funciona na SUPERVIA, mas só isso, os trens circulam super lotados, apenas de cada vez mais, perderem seu potencial de transporte de passageiros, o motivo? Gradual retirada de veículos de circulação, desmobilização de linhas expressas ou extraordinárias (para justamente conter a superlotação) e agora acidentes, como o que ocorreu na estação de Madureira com um CHOQUE entre trens (foto acima) que por mais que tenha sido leve, me leva a perguntar, E SE FOSSE UMA BELÍSSIMA PORRADA? As notas da SUPERVIA após o acidente eram CONFUSAS E PRINCIPALMENTE ESCONDIAM REALIDADES (disse que não houve feridos e houve, tendo um deles ido parar em hospitais da região), vai ser necessário que um choque padrão europeu onde morrem diversos e outras dezenas ou centenas ficam feridos pra gente fazer o meio de transporte funcionar com eficiência?

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO: Outro dia, após um choque uma barca operada pela iniciativa privada, sofreu um choque e ficou prejudicada na sua atividade, o que faz lembra que a CCR BARCAS que é a empresa que gere o empreendimento está lá "quase que obrigada" pelo fato de o incompetente governo do Estado do RIO DE JANEIRO na figura do Cláudio Castro, não ter realizado um estudo de viabilidade para licitar novamente o modal.
É bom lembrar que, todo investimento feito (compra de novas barcas e melhoria e construção de estações) foi custeado pelo Estado, a empresa pouco realizou de investimento, o que me faz pensar: COMO ESSA CONCESSÃO PODE TER CAUSADO PREJUÍZO A CCR?

Eu poderia escrever um livro, sobre a ineficiência da AGETRANSP na fiscalização de todos os problemas apresentados e na condução do processo de melhoria dos transportes realizado pela Imperatriz do Piranhão Eduardo Paes, que só tem olhos para o seu BRT, mas prefiro que o debate fique aberto por aqui e possamos juntos pensar saídas para o transporte de massa no Rio de Janeiro e no Brasil, já que a situação não é muito diferente em outras capitais.

 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

O paradóxo das privatizações.

 Já passou da hora de discutir amplamente o papel do ESTADO e da INICIATIVA PRIVADA na balbúrdia que se tornou nosso país.

Antes de mais nada, sim, essa será uma discussão de o quê, quando e onde deve ser privatizados os serviços, afinal essa coisa de privatiza que vai melhorar, parece não ter funcionado bem em alguns setores.
Parece oportunismo querer discutir o papel das privatizações do meio de uma das maiores crises de distribuição de energia elétrica dos últimos 10 anos em São Paulo, mas de verdade, não é hora melhor, afinal, as vezes no calor das emoções verdades são ditas, ainda que de forma pitoresca e as vezes até meio rude, mas não deixam de ser verdades.
Se engana quem diz que o processo de privatização tenha começado começado ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, FH teve sim participação nisso, afinal era Ministro da Economia de Itamar Franco, apesar disso, tinha por objetivo dinamizar a iniciativa privada em nosso país, com a entrada de capital estrangeiro (ainda que de forma velada disfarçado de empresas nacionais)
Começou pela privatização de um dos ativos mais valiosos do governo brasileiro (A empresa de extração mineral VALE DO RIO DOCE), apesar da SIDERURGICA CSN (Companhia Siderurgica Nacional) ter sido o carro abre alas das privatização, depois foram ainda no governo Itamar, AÇOMINAS, COSIPA, EMBRAER e algumas subsidiárias da Petrobrás.
Pô Eduardo, vai contar a história das privatizações no Brasil? Não na verdade, afinal, esse blog não ter por objetivo ser um "contador de histórias" e sim, introduzir um debate, e não se pode começar a discutir privatizações sem falar do seu início.
As empresas aí colocadas com excessão da VALE DO RIO DOCE, não mexiam em muito com a soberania nacional, eu coloquei a VALE de fora, afinal, muito das políticas de extração mineral no país tiveram como embrião projetos gestados na VALE, tá certo que existe um ministério de minas e energia e um comissão de recursos minerais para supervisionar isso, porém, a prática disso estava na excelente Vale do Rio Doce, acho que não é dispensável falar a respeito disso até em função dos acidentes de Brumadinho...
No MEU ENTENDIMENTO qualquer privatização tem que olhar para os interesses econômicos e de soberania do nosso país, afinal a própria constituição dá poderes ao executivo para evitar intromissões estrangeiras que podem acontecer inclusive por vias econômicas, mas obviamente, essa discussão faria o nosso texto ficar muito grande e internauta como se sabe, prefere a versão podcast.
Então voltemos ao nosso feijão com arroz, exetuando-se as privatizações no setor de telecomunicações (com ressalvas no que tange a qualidade dos serviços prestados em regiões fora dos grandes centros), a gente pode elencar (e eu vou elencar é claro) onde o poder público falhou em fiscalizar a implementação das privatizações por ela outorgadas:
RODOVIAS: O projeto de privatização de rodovias federais, começou muito bem, mas com tarifários bastante escorchantes, a medida que a competição (no que tange ao certame licitatório) passou a ficar mais dura e que algumas falhas jurídicas do escopo das exigências para operação dessas rodovias - caso clássico a duplicação da BR-040 no trecho RIO-PETROPOLIS que nunca saiu do papel e do atual pinta uma faixa, implementa uma praça de pedágio e tá pronta pra cobrar, a gente verifica uma degradação do serviço.
ENERGIA ELÉTRICA: Amparadas na moleta do furto de energia e dos eventos climáticos extremos, as empresas de energia elétrica dão baile na ENEEL, o cumprimento das normas e dos encargos necessários principalmente nos grandes centros, onde não se trabalha por exemplo aterramento dos cabos (coloca-los subterrâneos) e para intensificas a integração com formas de captação de energia independente, as contas estão dada vez mais caras, por um serviço extremamente deficitário, que muitas das vezes nos fazem perder a pouca paciência que temos.
SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTAMENTE SANITÁRIO: Em fase de implantação em vários estados, seguem a dinâmica dos serviços de energia, aumento substancial das tarifas por um serviço que ainda não nos possibilita tomar água direto da torneira ou dar a descarga e imaginar que os nossos dejetos serão tratados, já que se paga taxa pra isso.
INFRA ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA, PORTUÁRIA E RODOVIÁRIA: Quem viaja sabe que ainda estamos MUITO, MAIS MUITO LONGE, de ter excelência nesses setores, salvo aeroporto de Brasília por exemplo, o restante quando não implementa práticas que dificultam a circulação de passageiros, pecam ao oferecer serviços básicos como banheiros e infra de apoio ao passageiro.
A gente poderia aqui falar ainda da privatização dos serviços de transporte metroviários, ferroviários, aquaviários, e por aí vai, mas o texto ficaria pouco atraente aos queridos internautas, mas estamos aqui pra discutir, porém a mensagem é clara, essa história que "privatiza que melhora" ficou num passado MUITO REMOTO e a alegação de que o ESTADO preciso se desprender de determinados nichos, é um pensamento tacanho frente aos desafios que temos para o futuro.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Quase 50...

Faltando poucos dias para eu completar 49 anos, me veio algumas reflexões a cabeça, mas acho que a reflexão mais possível é: O que eu queria de aniversário?

- Eu queria pra começar, viver sem medo, medo da milícia, medo de não ter emprego, medo de não ter atendimento quando a saúde faltar, medo da educação que meus filhos vão receber no futuro, medo, medo e mais medo... Eu queria experimentar por uma vez só, perder o medo de viver.

- Queria não abrir minhas fontes de pesquisa, consulta e notícia e não me deparar com fotos de criança mortas no colo de socorristas, cidades devastadas, pessoas mortas, guerras sem fim, queria de verdade não ver mais desgraça.

- Juro que não queria mais ter que justificar, por quem eu torço, em quem eu voto, minha opção sexual, o número de filhos que eu tenho e por aí vai, acho irrelevante ser lembrado pela vida pessoal e não pelo legado deixado, as reflexões que ajudou a fazer, as experiências que ajudou a conduzir, ao conhecimento que ajudou a passar, as pessoas que de alguma forma ajudou.

- Queria entender por que as pessoas julgam umas as outras, até compreendo que no mundo que vivemos atualmente existe a necessidade de mecanismos de defesa, mas defesa exacerbada é paranóia, e já não bastam as paranóias que vivemos.

Diferente de quem gostaria de ganhar uma "lembrancinha" eu queria coisas intangíveis pra me fazer feliz, faltando tão pouco tempo para os 50 anos, juro que eu queria.