quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Isonomia entre os poderes ou EXTORSÃO INSTITUCIONAL.

Vou tentar não me alongar ao explicar um tema tão delicado e cujo os desdobramentos vão muito além da compreensão daqueles que ainda não estão familiarizados com o jogo do poder.
A rejeição das contas da presidente Dilma, não é inédita para começar, o presidente Getulio Dorneles Vargas teve no ano de 1936 suas contas recusadas, em face pagamentos de despesas sem autorização prévia do Tesouro Nacional, essa reprovação das contas ocorreu as vésperas da implantação do Estado Novo (1937-1945) o que no final não fez a menor diferença, já que o congresso não analisou essas contas graças a constituição polaca de Vargas.
O que levou a reprovação das contas de Dilma foi uma manobra contábil orçamentária que está sendo apelidada de pedaladas fiscais, já que as obrigações do ano de 2014 foram postergadas para 2015, fazendo assim um caixa extraordinário e gerando um superávit virtual.
O que difere Vargas de Dilma é justamente o contexto político, Vargas acoado, implantou o Estado Novo, com apoio dos militares, já que São Paulo encontrava se descontente com o caudilho, já Dilma tem um abacaxi político muito complicado de descascar, senão vejamos:
- Pelo lado do Judiciário: Tem sido bombardeada com operações que investigam corrupção em seu governo e agora mais latente, vem a aprovação de suas contas de campanha (já que o PT é conhecido como partido caixa dois), o Judiciário luta por melhorias salariais que dependem de ajustes no orçamento, ajustes esses impossíveis em ano de crise.
- Pelo lado do Legislativo: Eduardo Cunha (aquele que diz que o povo merece respeito, mas mente descaradamente numa CPI) que sair atirando, como é bem típico dos políticos que estão implicados em problemas parecidos com os de Cunha (Evasão de divisas, corrupção ativa, passiva e participativa (essa última invenção minha para descontrair), peculato, prevaricação e quebra de decoro parlamentar, tá bom, ou querem mais...), e essa troca de tiros com o congresso vai fazer vítimas na base aliada, base aliás que eu sempre disse neste valoroso blog (cuja audiência agradeço imensamente) que foi construída sobre o esterco, o que dificulta a governabilidade e que num momento como esse o balcão de negócios vira uma pequena barraquinha de cachorro quente.
- Pelo seu próprio lado (Executivo): Um ministério que não lhe garante penetração no Legislativo, a vaidade de seus advogados batendo de frente de forma violenta com o judiciário e claro, a sobra de Joaquim Barbosa que volta e meia dá uma solene porrada no atual governo.
Ao meu ver DILMA só tem duas saídas (e nenhuma delas passa pelo impeachment, pois que parlamentar vai querer matar a galinha dos ovos de ouro) ou implanta o Estado Novíssimo como fez Vargas ou ressuscita Dilma Rolo Compressor e sai distribuindo bordoadas a torto e a direito, aí sim, quem sabe de tanto apanhar os congressistas resolvam impeachmar a mandatária.
 Bom aguardemos as cenas dos próximos capítulos.