quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Até onde vai a tolerância do ser humano?

Acho que meu primeiro post de 2015 estaria mais para o filosófico do que para o político, porém vamos que vamos...
O atentado que vitimou 12 funcionários (entre eles jornalistas) do periódico Charlie Hebdo (uma espécie de pasquim francês) é mais um capítulo da intolerância dos seres humanos, mesmo que num campo onde as discussões são acaloradíssimas, como o religioso, intolerância essa que mancha de vermelho uma "guerra santa" que parece nunca vai ter fim.
Como um grande amigo Gustavo Rocha (siga em @gf_rocha) postou em sem microblog "Hoje a Espada foi muito mais forte que a Pena. Mais forte, mais cruel, mais intolerante...", essa discussão é como discutimos madrugada a dentro, muito mais complexa que simplesmente "quem venceu", trata-se de uma discussão que envolve dogmas, conceitos e principalmente fé.
Não quero, pagar aqui de "senhor da verdade" ou "pai da razão" pois como disse outro ícone religioso tão ou mais cultuado que o profeta Muhammad: "Atire a primeira pedra aquele tem não tem pecado.".
Vivemos uma sociedade em que a piada passou a ser mais importante que a responsabilidade pacifista, onde o "perco o amigo, mas não a piada" deixou de ser um mote e se tornou uma filosofia, onde não interessa o tamanho das profissões de fé que um determinado grupo ou sujeito tenha, meu humor é maior que ela.
Somos tão fortes e despojados, para atacar aquilo que em tese é de domínio público (como a fé), tão apressados em jogar "pedra na Geni", sem saber se é mesmo a "Geni" que se deseja apedrejar, tão mesquinhos em achar que nossas prioridades são maiores que as prioridades coletivas, que isso, tem deflagrado micro-guerras e pequenos conflitos não apenas entre nações, mas entre nós mesmos.
A história, revela um série de tentativas de se combater radicalismos, porém não se dá conta de um radicalismo muito mais próximo: O radicalismo humorístico.
Não venham os defensores da liberdade de expressão (até por quê sou um deles) dizer que isso é "justificar o estupro" dizendo que a culpa é de uma jovem que posa com roupas sensuais, provocantes e que realçam suas curvas e formas, pois um estupro é uma ação marginal praticada muitas das vezes individualmente, já um ato terrorista é coletivo (muita das vezes), discutido entre essas células e posto em prática, na tentativa de voltar os olhos atônitos do mundo para uma realidade de opressão ou de oprimido, dependendo do ponto de vista desse grupo.
Percebemos juntos que a tolerância é algo relativo, até por quê, somos intolerantes com críticas aos nossos dogmas e completamente passivos quando tratamos por exemplo de aflições maiores, como a corrupção, a ganancia e principalmente o exagerado individualismo ao qual somos submetidos paulatinamente, nos isolamos cada vez mais em nossas cascas e quando nos unimos, procuramos seres de casca e aflições iguais as nossas, não dando bola, para aflições que podem parecer maiores.

Somos todos Charlie??? Talvez. Somos todos vítimas??? Nem sempre. A única certeza que temos é de que somos TODOS SERES HUMANOS, e como tal, devemos agir, POIS SOMOS TODOS DOTADOS DE CONSCIÊNCIA, QUE DEVERIA PAUTAR NOSSA TOLERÂNCIA.

E sim, eu também estou chocado com essa barbárie, mas sejamos mais comedidos em nossas "piadas".

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