segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

LEI DE TALIÃO e a SOBERANIA NACIONAL

Eu sou confessamente adepto da boa "Lei de Talião" cujos indícios são discutidos não apenas pela sua aplicabilidade, mas pela sua eficácia e eficiência, mas propor uma discussão nesse mote aqui no blog é procurar "Sarna para se coçar" e eu só gosto de entrar em divididas quando efetivamente elas valem a pena.

No recente caso do Instrutor de Voo Livre, Marcos Archer (carinhosamente chamado em São Conrado de Curumim) a coisa extrapola a questão do ser contra ou a favor da pena capital, vai necessariamente sobre a discussão da soberania nacional a que os países tem direito, e que no Brasil não fazemos valer e negligenciamos nos outros, tá achando bobagem? Vejamos juntos:

- Um dos casos mais antigos de negligência no que tange as questões relacionadas a soberania é o caso lendário do "Assalto ao Trem Pagador, onde o BANDIDO LADRÃO Ronald Biggs fugiu para o Brasil e como a época não havia tratado de extradição por crimes comuns, Biggs não apenas curtiu seu rico dinheirinho, como virou uma espécie de "ponto turístico" em Santa Teresa, já que neste caso, o crime não era político ou de gravíssima ameaça aos diretos humanos, o Brasil ERROU ao não extradita-lo.

- No caso do choque entre o Legacy e a Aeronave da GOL, Lepore e Paladino (Joseph Lepore e Jan Paul Paladino respectivamente piloto e co-pilota da aeronave Legacy, causadora do incidente que resultou numa das maiores tragédias da aviação nacional) ERROU a justiça brasileira em ceder a Diplomacia Americana e deixa-los sair livres sem cumprir pena ou responderem ao processo com privação de liberdade em face dos problemas causados.

- Archer (Curumim) em alguns depoimentos se gabou do trabalho de mula que fazia para o tráfico internacional, sabia dos riscos que corria, pagou pra ver, achando que "sua estrela iria brilhar novamente" (palavras do próprio) e não iria ser morto, mas a justiça da Indonésia atendendo aos seus ritos e preceitos, não apenas encaminho-o para morte, como não aceitou aos pedidos de clemência da diplomacia brasileira.

Atualmente, a diplomacia brasileira se movimenta para tentar evitar outra execução de brasileiro pelo mesmo crime (tráfico internacional de entorpecentes) e parece querer tomar a dianteira na luta contra as execuções, o que pessoalmente, ACHO PERDA DE TEMPO, pois a questão é cultura dos países que adotam a pena capital.

O Papa Francisco vai me desculpar, mas jogar a culpa nos católicos que apoiam que os países cumpram suas leis, de acordo com suas tradições, é uma falha, pois qualquer católico é contra a perda de vidas, só que aprendemos que devemos respeitar as diferenças culturais dos povos pelo mundo.

Não nos deixemos contaminar pelo minimalismo dos pensamentos, pelas tendências impostas pela tv ou ainda pelas tentativas de retomar uma tradição cultural brasileira, ENCOBRIR UM ESCÂNDALO COM OUTRO ou COM UMA NOTÍCIA MAIS CHOCANTE, administremos nossas opiniões tomando por base o discernimento e principalmente a coerência.

É o que temos para hoje.

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