Numa sociedade ainda predominantemente machista, não se admite que
a mulher tenha o direito de escolher sobre seu corpo e sua vida.
Antes que alguém venha fazer uma crítica mais ofensiva seu já digo logo, SOU CASADO, TENHO DOIS FILHOS, SOU CATÓLICO E PAGADOR DE IMPOSTOS (um perfil conservador pra alguns) e não vou opinar com meu umbigo, vou escrever segundo minha convicção e segundo a lei vigente, ainda que queiram arrastar Deus pra essa discussão que não tem nada de moral.
O projeto de lei 1904/2024 estabelece penas similares a assassinato para mulheres que realizarem abortos e os que lhe prestarem auxilio, uma lei equivocada em vários parâmetros e principalmente inconstitucional, afinal joga no lixo o direito a vida, da mãe.
Segundo o projeto a mulher que realizar aborto após 22 semanas de vida (aproximadamente 5 meses) será enquadrada na lei com as mesma penas de quem pratica um homicídio, com penas variando de 6 a 22 anos de detenção em regime fechado.
Acontece que o projeto que em o dedo dos evangélicos capitaneados por Silas Malafaia (pai político de Sóstenes - o relator), não sob o pretexto de defender a vida, é óbvio que vão usar esse argumento, mas de afrontar o governo brasileiro e Lula que durante a campanha se declarou contra o aborto.
Acontece que qualquer ser humano descente É CONTRA O ABORTO, a questão é que no país em que vivemos o aborto assistido em casos específicos, como o estupro por exemplo, pode evitar sequelas psicológicas imensas na mulher que foi violada e teve uma criança em seu ventre como fruto dessa violência, cabendo a pergunta do capot: Conservadores de quê?
Será que o Pastor Silas e sua gangue, todos famílias cristãs conviveriam de forma harmônica com o fruto de uma violência? "Ah, mas pode deixar a criança nascer e dar para adoção..." "Ah mas a mulher que opta por um aborto está interrompendo um vida..." "Ah mas TÁ NA BÍBLIA, que ninguém pode tirar a vida de ninguém se não Deus...", digam isso pra uma mulher que violada, terá que acolher dentro de seu ventre o fruto dessa violência, ainda que seja uma vida, mas uma vida que não foi concebida com amor e sim com a violência da opressão sobre ela, opressão essa que agora os EVANGÉLICOS querem obrigar o Estado a outorgar.
Esses conservadores, nos costumes, se dizem liberais na economia, batem no peito e dizem que não querem ser obrigados a recolher tributos, mas esses mesmos conservadores, sublimam aquela passagem do "A Cezar o que é de Cezar..." quer dizer, a bíblia só tem que ser levada em seu sentido literal quando é pra oprimir as mulheres?
É óbvio que esses texto deixa claro que o texto é uma aberração, um NOVO ESTUPRO cometido por deputados contra a sociedade, ainda que uma parcela desta, avalize esse tipo de conduta.