terça-feira, 24 de outubro de 2023

GAZA IN RIO.

Ontem e hoje estamos vivendo o império do medo.


Ontem por volta das 16:35 após um atendimento, sentei a minha mesa para me preparar para ir para casa, quando abri o twitter ("X" o diabo que o carregue) e vejo informações que a minha ZONA OESTE POBRE pegava fogo literalmente, a milícia do Zinho, ao perder seu nº 02 desencadeou atentados terroristas contra a população de uma região do Rio de Janeiro massacrada e principalmente oprimida dessa região do Rio de Janeiro.

Liguei para minha esposa que estava com meu filho, me certifiquei que estavam bem, peguei minhas coisas e FUI PARA CASA, em busca de ficar com minha família, antes liguei para meu irmão (carpinteiro e marceneiro de profissão) e me certifiquei se ele estava seguro (não estava, estava em Jacarepaguá num cliente).

Eu tenho recursos para ir de frescão, e já reparei que não havia as linhas que costumam me deixar em casa, peguei o que poderia me deixar mais próximo, e fui acompanhando com a celular com pouca bateria, torcendo pra ela não terminar antes de chegar em casa, as notícias, dando conta de que as entradas e saídas para ZONA OESTE POBRE (recreio, Santa Cruz, Paciência, Cosmos, Campo Grande) todas bloqueadas por ônibus, caminhões, articulados em chamas.

A medida que o ônibus avançava pela Av. Brasil, as notícias de veículos queimados só aumentavam, a RIO ÔNIBUS lamentava os prejuízos FINANCEIROS por conta dos ônibus queimados (ainda bem que só choraram isso, e não a possibilidade de pessoas carbonizadas).

Guadalupe, Deodoro, Batan, Realengo, Bangu... A medida que o veículo ia chegando a parte mais pungentemente pobre da ZONA OESTE, a percepção de polícia nas ruas aumentava, porém a sensação de segurança não.

Quando meu ônibus ingressou na Estrada do Mendanha e eu fui percebendo que aquela região estava de certa forma preservada da senha da milícia, ainda sim, saí do Centro às 17h e só cheguei em casa às 20h.

Após chegar, passei em revista a minha tropa, liguei pra minha mãe, que apesar de assustada, pois haviam queimado um ônibus no sub bairro que nasci (Arnaldo Eugênio), estava aliviada por eu ter chego em casa, meu irmão já estava na região e também estava bem, aos poucos fui me acalmando.

Abracei e beijei minha esposa, abracei meu filho e chorei, chorei copiosamente, pois por alguns momentos durante meu trajeto, pensei que poderia não chegar, e só de imaginar isso, chorei imensamente.

Venho compartilhando as imagens de horror promovidas pelo HAMAS e por Israel, crianças morrendo, crianças em colapso nervoso, tornando Gaza, um campo de concentração, mas por uma parte substancial do dia, experimentamos GAZA IN RIO.

 

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