sábado, 19 de junho de 2021

Carta aberta ao Ministro da Economia Paulo Guedes.

Prezado Ministro,

Qualquer um que entenda e acompanhe um pouquinho sobre economia, conhece sua trajetória, por onde você passou e que interesses você defendeu, e nós sabemos sua trajetória foi gloriosa e vencedora.
Mas hoje lhe deram a responsabilidade de gerir uma das economias mais complexas dos mundo, a brasileira, que tem no setor primário seu maior motor, basta ver os recordes seguidos de quebra de safra e de extração mineral.
Só que o ministro da economia, já que em sua pasta, foram agregados vários papéis do sistema econômico (Trabalho e Emprego, Fazenda, Previdência...), não é articulador apenas dos meios de produção e de capital, é ministro da economia popular também e nessa o senhor está sendo claudicante, preconceituoso e medíocre, senão vejamos.
O senhor logo no início do seu mandato já havia expressado estranhamento das empregadas domésticas indo a Disney, do filho do Porteiro ir a uma universidade e do Estado manter celeiros tecnológicos e formadores de cientistas.
Mas suas últimas declarações e acolhidas de sugestão do setor que menos socorro precisa (os Supermercadistas), não apenas deixa estarrecida nossa sociedade quanto questiona abertamente: Afinal qual a prioridade econômica para os mais humildes?
Vossa excelência se vangloria de ter encontrado (o que não é verdade) os invisíveis, mas pouco fez expontaneamente por eles, o auxílio emergencial que v.excia por exemplo propôs não compraria os itens da cesta básica (cesta essa que disparou de preço).
Dizer que o prato da classe média brasileira é grande demais, aponta apenas para aquela classe média que o senhor diz "encontrar no supermercado" porém como economista o senhor deve saber que a classe média é muito subdividida e os mais baixos escalões dessa classe média, sobrevivem com 567 reais mês, afinal equivocadamente uma família que tem renda de 2 salários mínimos porém 4 membros é considerado classe média, o que é absolutamente escarnecedor.
Vossa excelência deveria ter mais respeito com o prato das pessoas, e ao invés de tecer críticas ao prato da classe média, deveria tomar medidas para que a classe mais baixa tenha direito a dignidade e segurança alimentar.
Vossa excelência nunca teve como companheira a fome por falta de recursos, ou a possibilidade de se alimentar sem a perspectiva de como e se teria uma outra refeição então para quem frequenta os mais caros e conceituados restaurantes, onde uma conta NUNCA DÁ MENOS QUE R$ 500,00, NÃO TEM O DIREITO DE ESPECULAR SOBRE O PRATO DO BRASILEIRO MÉDIO.
Foi o ato mais calhorda, mais medíocre e menos provido de dignidade que um servidor público na sua posição poderia proferir, no seu lugar eu teria vergonha do que foi dito.
Enfim, que tipo de postura eu posso cobrar de um ministro de um governo onde o modus operandi é a mentira? 
Mas tenha dignidade ministro de pedir desculpas aos brasileiros por sua covarde afirmação, afirmação aliás que confirma algo que já lhe foi dito no congresso nacional, com o brasileiro médio o senhor é o Tigrão, mas para os poderosos do agronegócio, do setor de extração, industriais, banqueiros e principalmente especuladores, v.excia não passa de uma tchutchuca.

Sem mais para o momento 

Eduardo Lima.

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