A lista do fim do mundo e seus paradoxos.

O infográfico do jornal O Globo, http://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/politicos-lava-jato.html já fornece certos detalhes relacionados a tal lista do fim do mundo, que o arauto Janot entregou ao Supremo e cujo ministro Teori Zavascki divulgou de forma categórica, para dar transparência a um processo sob o qual a luz deve ser feita, para que todo país possa inclusive entender a lisura da própria lista.

Em conversa via twitter com a Jornalista e Analista Política Lúcia Hippolito (@hippolitolucia) questionei inclusive a veracidade da tal lista, já que seus players não se encaixavam de acordo com seus signos zodiacais (Partidos Políticos), o PT por exemplo, tinha bonequinhos de menos, já o PP bonequinhos demais, algo não parece estar certo.

Não me cabe NESSE MOMENTO discutir um a um os implicados na tal lista do fim do mundo, que já é do amplo conhecimentos dos senhores, o que me cabe, na qualidade de pseudo analista político, do qual me travisto, é apenas apontar alguns paradoxos e principalmente discuti-los.

1º Paradoxo - 2 presidentes, 2 sentenças, nenhum arrependimento.

Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente, presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados aparecem figurando na amaldiçoada lista. Vale lembrar que num país sério, AMBOS teriam de se retirar de seus mandados enquanto presidentes de casas legislativas, deveriam também renunciar aos seus mandatos parlamentares, mas aí é outra discussão, mais complexa e ainda mais abrangente.
O fato é que tanto Renan quanto Cunha, tem poder de influência em seus cargos, e isso por si só garantem pressão, e durante uma investigação não pode haver pressão, afinal como diz o próprio Eduardo Cunho "O povo merece respeito..."

2º Paradoxo - Gato e Rato de outrora chafurdando JUNTO na mesma pocilga e comendo juntos a mesma lavagem.

Lindberg Faria, que outrora bradou aos 4 ventos ter sido um dos responsáveis mais ativos pela derrocada de Fernando Collor de Mello, o então caçador de marajás, da Presidência da República, esfacelando o que poderia ser a tal "ERA COLLOR". (ah se o Hobsbawm lesse isso...)
Pois bem, Gato e Rato, foram expulsos de casa, e encontrados dividindo as migalhas úmidas e carcomidas da lavagem da corrupção, como porcos em uma pocilga, podem não pertencer a mesma ramificação de quadrilha, mas foram colocados, na mesma "vala comum" onde quem sabe serão sepultados ou de onde ressurgiram como fênix (que os Deuses não ouçam essa última alternativa)

3º Paradoxo - Gerações se congraçam numa bacanal inigualável.

Políticos novos, velhos, caquéticos (caso específico do ex senador da república e agora Deputado Simão Sessim), parecem não conhecer as barreiras impostas pelo tempo, no que tange a moralidade e legalidade.
Sabe aquela esperança que o filho, fará menos cagadas que o pai, que a esposa será um pouco mais zelosa que o marido, mas não, todos parecem fazer do congresso uma grande zona de negócios promíscuos, uma grande bacanal...

4º Paradoxo - O PP é mais que um aliado, é um grande BOI DE PIRANHA.

Ok, estou emitindo juízos de valor demais, porém é impossível não pensar coisas do tipo: COMO PODE O PP SER TÃO CORRUPTO? COMO PODE O PT TER TÃO POUCOS FIGURÕES FIGURANDO NA LISTA?
A lista está arrumada demais, tem players demais e fedentina de menos, até os dinheiros mencionados de recebimento não batem com valores iniciais e aditivados das obras, tem muito mais caroço nesse encorpado angu e parece que, quem justamente deveria cata-los, os escondeu.

5º e último Paradoxo - O povo e sua reação, tô nem aí...

Enquanto a lista do fim do mundo é deglutida e destrinchada pelo mundo inteiro, no Brasil, os assuntos mais importantes são: O império, produzido pela Vênus Platina, O BBB produzido igualmente pela mesma Vênus e os dois anos de um poeta rock.

Parece que nosso povo não apenas não entende a gravidade dos acontecimentos, como faz questão de realmente não entende-los, para como no personagem do carteiro da vila do Chaves "evitar a fadiga...".


Enfim, os dados estão lançados, no que vai dar, ou já sabemos ou podemos ser surpreendidos (para o bem ou para o mal), o que importa de verdade é, que tenhamos consciência de que é necessário refletir mais sobre os nossos rumos, políticos para ajeitar o restante.

E é o que temos para hoje.